“Melhor é serem dois do que um,...” (Ec4.9-12)
Quando lemos Ec 4.9a “Melhor é
serem dois do que um”, lembramos do que Deus disse quando viu o homem
sozinho no jardim do Éden: “não é bom que o homem esteja só;” (Gn
2.18)
Tanto Deus no início da criação,
quanto o escritor de Eclesiastes afirmam que o isolamento social, a solidão, o
viver solitário não é o estilo de vida mais apropriado para o ser humano.
No v. 9 o sábio Salomão declara um
princípio geral: “Melhor é serem dois do que um...
Nos vs. 10-12 ele utiliza três
ilustrações para fundamentar a sua declaração; usa três exemplos para provar a
veracidade de sua afirmação.
v.10 – Se caírem, um levanta o
companheiro.
v.11 – se sentirem frio, um aquece o
outro.
v.12 – Se um for atacado o outro
ajudará, e os dois resistirão ao agressor.
Com estes três exemplos, o sábio está
dizendo: De fato, “melhor é serem dois do que um...”
É muito provável que o contexto que o
autor de Eclesiastes tinha em mente era o de um viajante do mundo antigo. Quais
eram os perigos comuns que um viajante enfrentava naquela época?
- Cair acidentalmente em buracos ou valetas ao longo do caminho.
- Enfrentar as
noites frias de inverno no deserto.
- Ser atacado por
bandidos ou ladrões das estradas.
O princípio ensinado aqui é que “O
companheirismo é um estilo de vida mais apropriado do que viver solitário”.
O companheirismo proporciona mais benefícios do que a hostilidade, o
indiferentismo, o egoísmo, exclusivismo, o isolamento social e o
individualismo.
Gostaria de aplicar estes princípios
do companheirismo para o relacionamento conjugal, para a vida a dois, para o
casamento.
O companheirismo deve-se mostrar...
1. No estender da mão para o companheiro
que cai ao longo da jornada da vida (v.10)
A proposta de Deus para o casamento
é: “até que a morte os separe!” A princípio, esta é uma longa jornada.
Teoricamente, um casal jovem tem um longo caminho a percorrer juntos. Nesse
longo percurso juntos, é possível que um ou outro venha a cair nos buracos e
valetas que a vida nos proporciona. Se isso vier a acontecer, a ordem é:
jamais deixe o seu companheiro para trás.
Se vierem a cair no escuro poço da
depressão; se perderem a motivação para continuar e desejarem entregar os
pontos, estendam suas mãos, sejam encorajadores, motivadores, incentivadores.
Se necessário for, abstenham-se do seu caminhar em prol um do outro.
Se vierem a cair na valeta do
ressentimento, da amargura, da quebra da comunicação, estendam as suas mãos,
humildemente, peçam perdão e perdoem um ao outro, recomecem a caminhada.
Se vierem a cair na valeta do
desentendimento, da relação conturbada, estendam as suas mãos, não abandonem um
ao outro nas portas dos tribunais, busquem ajuda, lutem para que a convivência
harmoniosa seja estabelecida.
Esposo, ao longo da jornada da vida,
jamais deixe a sua companheira para trás! Esposa, ao longo da jornada da vida
jamais deixe o seu companheiro para trás. Se caírem, um levantará o outro!
Em segundo lugar, o companheirismo
deve se mostrar...
2. No aquecimento mútuo nas noites
frias da vida (v.11)
Esposos e esposas, literalmente,
mantenham um ao outro aquecido! Proporcionem aquecimento mútuo! Não neguem um
ao outro. Não privem um ao outro de intimidade e proximidade (1Co 7.3-5).
Ofereçam um ao outro o calor dos seus corpos!
No entanto, eu gostaria de ir além do
literal, e dizer: Esposos e esposas, estejam prontos para enfrentarem juntos as
“noites geladas” da vida.
Ao longo da jornada da vida a dois,
enfrentamos circunstâncias adversas que nos levam ao desânimo, que provocam
frustrações, e que nos levam à sensação de que não dá mais.
Na jornada da vida, estamos expostos
a possíveis perdas! Perdas de pessoas queridas, perdas financeiras, perda da
saúde, da vitalidade do corpo, perdas de alguns sentimentos que mantém o
relacionamento aquecido.
Queridos, nessas noites geladas da
vida, não busquem se aquecer em abrigos individuais; não acendam fogueiras
particulares. Proporcionem aquecimento mútuo, permaneçam juntos, busquem a Deus
juntos, chorem juntos, compartilhem seus medos e incertezas, dividam as cargas,
porque casamento é companheirismo, é proporcionar calor humano nas noites de
inverno da vida.
Em terceiro lugar, o companheirismo
deve se mostrar...
3. Na concentração de forças contra
adversários em comum (v.12)
São vários os adversários que militam
contra a relação conjugal estável e feliz. Podemos até mencionar alguns:
· As diferenças de formação
familiar, de gostos e hábitos, de opiniões acerca do certo e do errado, de
entendimento acerca do que é supérfluo e do que é necessário;
· As diferenças de
temperamentos e personalidade;
· A interferência de
pessoas externas na vida do casal (pais, sogros, supostos amigos);
· As ideologias da
sociedade que banalizam a relação conjugal;
· Os pequenos problemas mal resolvidos que se acumulam ao longo dos anos;
E, por trás de todos esses adversários, está o grande adversário de Deus e dos homens: Satanás, o qual luta para desestabilizar a família.
· Os pequenos problemas mal resolvidos que se acumulam ao longo dos anos;
E, por trás de todos esses adversários, está o grande adversário de Deus e dos homens: Satanás, o qual luta para desestabilizar a família.
Esposos e esposas, no enfrentamento
desses adversários, não lutem entre si; concentrem as forças e lutem contra
esses adversários em comum.
Lembrem-se! Nessa longa jornada da
vida a dois, vocês são amigos, não inimigos; vocês são parceiros, não rivais;
vocês são companheiros; não adversários.
Portanto, mostrem companheirismo, no
estender das mãos para o companheiro que cai ao longo da jornada da vida; no
aquecimento mútuo nas “noites frias da vida; na concentração de forças contra
adversários em comum.
Pr. Paulo César Nunes do Nascimento